quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Praticando o desapego

Para o novo chegar, você precisa desapegar do que já não faz mais sentido. Mas quando é que a gente percebe que está na hora de desapegar? Não seria bom saber que no dia 7 de junho de 2014 você vai conhecer uma pessoa sensacional, que vai te fazer feliz? Não quero uma vida previsível, acho que a felicidade está nas boas surpresas que a vida traz sem você esperar, mas juro que queria um pouco mais de clareza.

Acho que as pessoas deviam vir com placas sinalizadoras de emoção. Não seria lindo conhecer um cara bonito, simpático e super gente boa e ler na plaquinha dele “emocionalmente indisponível, mas bom de cama”? Vai se você quiser amiga, se joga, você sabe o que (não) te espera. Ou que tal aquele cara mais ou menos, simpático até, que vem com a plaquinha de “pronto para me envolver, faço cafuné e ovos mexidos no café”?

O mundo seria um lugar mais fácil de se viver se fôssemos verdadeiros com as nossas emoções e sentimentos. Mas é um tal de “não quero te magoar” e de “sou eu e não você” que não acaba mais. Por que não um “eu acho que a gente não dá certo” ou um “só quero te comer”? Até nas amizades um pouco de sinceridade e peito aberto não fariam mal a ninguém. Afinal, se vocês são tão amigos, não dá pra dizer “eu não gostei do que você fez” ou um “você tá chata demais hoje fulana, me liga amanhã!”?

A conclusão que cheguei é que os ciclos fecham por você, querendo ou não. Cabe a você desapegar ou se apegar ao fio de esperança que sempre resta nas coisas mal resolvidas e acreditar que o que vem por aí vai ser muito melhor. Mas quando, hein? Diz pra mim, porque sou ansiosa e não aguento mais esperar!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Precisa-se de um abraço

Daqueles de dez minutos, bem apertados, que te fazem acreditar que tudo vai dar certo.

Paradoxo

E quando você se sente sozinha no meio da multidão?

E quando você sente que falta alguma coisa?

A vida é feita de vazios constantes, preenchidos por momentos e pessoas. Dizem que cabe a cada um fazer o que quiser com esses vazios. Alguns preenchem com comida, outros com futilidades, outros com o amor e alguns preferem deixar a cargo do destino e enquanto esperam alguma coisa de interessante acontecer, vão preenchendo esses vazios com suas próprias presenças.

Aprender a viver só, a se amar, é uma das maiores dificuldades da vida, mas também um dos maiores presentes que ela pode te dar. O único senão, é que depois você vira uma velha chata e cheia de manias e se pergunta se em algum momento vai ser capaz de voltar a conviver com outras pessoas e a lidar com a rotina e com o vazio (sim, ele está em todos os lugares) que fatalmente vão acabar aparecendo em algum momento.

E no meio desse paradoxo é que convivem as relações e os sentimentos. Você se ama, se basta, mas se sente sozinha. Encontra uma pessoa legal, mas não engrena a relação e sinceramente não consegue perceber o porque. Ou engrena, se joga e fatalmente acaba esbarrando no tal vazio. Se sentir sozinho ou se sentir vazio? Ser feliz pra sempre ou por um determinado período? Desistir de encontrar a felicidade e aceitar que a vida é feita de momentos (e aproveitá-los como se fossem os últimos) ou sofrer por saber que tudo que é bom pode acabar?

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Busca e praia

Por alguns (longos) meses me abstive de uma das coisas que mais gosto de fazer: ler. Em uma dessas voltas que a vida dá, a danada levou o meu foco e a minha concentração. Não conseguia me manter atenta e assimilar o conteúdo de uma única página. Precisava ler e reler várias vezes para ficar com a sensação de que entendi o que estava sendo dito ali, mas que ainda podia ser melhor.

Tentei de tudo e de todos os tipos de livros. 50 tons de cinza, Game of Thrones.. nem meu querido e amado Gabriel Garcia Marquez escapou da maldição (se bem que Cem anos de solidão é um daqueles livros que precisam de um esquema de post it na parede, sinalizando quem é quem, cruz credo). Nada resolvia. Então, resolvi não lutar e deixar a maré me levar pra onde quisesse.

E foi justamente a maré que levou para Barba ensopada de sangue (Daniel Galera), um romance sobre – veja só – busca e praia. Por um ano ele ficou esquecido na estante, implorando por atenção. E por um ano ele foi ignorado.

Até que num domingo despretensioso, precisava de alguma coisa para me entreter até Niterói. E lá foi ele mais uma vez para dentro da bolsa.. intimamente eu tinha a certeza de que ele faria um passeio pela Baía de Guanabara apenas, pesando na bolsa e me fazendo pensar “pra que eu trouxe isso?”.  Mas os 30 segundos que me fizeram perder a barca acabaram me provando o contrário.
Já tentei ler esse livro umas três vezes. Em todas elas, parei nas primeiras páginas. Dessa vez alguma coisa mudou dentro de mim e em dez minutos de leitura eu estava fissurada, desesperada para saber o que acontecia depois. Quase perdi outra barca, quase tropecei e bati em tudo e todos porque resolvi andar e ler (péssima ideia Bianca, péssima ideia). Recuperei o foco! Recuperei a felicidade! E a alegria foi tão grande, mas tão grande, que no dia seguinte decidi (re) começar a escrever, como uma espécie de prêmio para mim mesma, uma recompensa.

E aqui estou eu J


Ah, ainda não terminei de ler o livro. Mas com certeza ele já entrou para a lista dos melhores que já li, só pelo simples fato que me tirar do hiato literário. 

Parte 3

De tanto ouvir que a estabilidade é tudo que uma pessoa precisa para ser feliz, tomou aquilo como verdade única. E o previsível se tornou confortável quando o ato de controlar o que acontecia na sua vida virou vontade única e irrestrita. E eis que em uma tarde de domingo tudo mudou. E pouco a pouco, dia após dia, assistiu tudo aquilo que lhe fugia ao poder – e que por tanto tempo desprezara - se materializar ali, bem na sua frente. É como se o acaso lhe estendesse a mão e falasse “vem comigo, te explico no caminho”. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Porque não

Escrevo porque preciso. Senão piro. Senão emudeço. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O que vai ao coração - parte 2

A vida a fez assim. Responsabilidades, medos, tristeza. A vida cobrou respostas muito cedo e, para sobreviver na selva, ela deixou de lado o equilíbrio para se tornar aquela pessoa que achava que tinha que ser. Só que ela não precisava de nada disso. Na pressa de fazer as suas escolhas e mostrar para a vida quem é que manda, ela mandou sua criança interior dormir e trouxe à tona a adulta responsável, objetiva e prática.