sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Busca e praia

Por alguns (longos) meses me abstive de uma das coisas que mais gosto de fazer: ler. Em uma dessas voltas que a vida dá, a danada levou o meu foco e a minha concentração. Não conseguia me manter atenta e assimilar o conteúdo de uma única página. Precisava ler e reler várias vezes para ficar com a sensação de que entendi o que estava sendo dito ali, mas que ainda podia ser melhor.

Tentei de tudo e de todos os tipos de livros. 50 tons de cinza, Game of Thrones.. nem meu querido e amado Gabriel Garcia Marquez escapou da maldição (se bem que Cem anos de solidão é um daqueles livros que precisam de um esquema de post it na parede, sinalizando quem é quem, cruz credo). Nada resolvia. Então, resolvi não lutar e deixar a maré me levar pra onde quisesse.

E foi justamente a maré que levou para Barba ensopada de sangue (Daniel Galera), um romance sobre – veja só – busca e praia. Por um ano ele ficou esquecido na estante, implorando por atenção. E por um ano ele foi ignorado.

Até que num domingo despretensioso, precisava de alguma coisa para me entreter até Niterói. E lá foi ele mais uma vez para dentro da bolsa.. intimamente eu tinha a certeza de que ele faria um passeio pela Baía de Guanabara apenas, pesando na bolsa e me fazendo pensar “pra que eu trouxe isso?”.  Mas os 30 segundos que me fizeram perder a barca acabaram me provando o contrário.
Já tentei ler esse livro umas três vezes. Em todas elas, parei nas primeiras páginas. Dessa vez alguma coisa mudou dentro de mim e em dez minutos de leitura eu estava fissurada, desesperada para saber o que acontecia depois. Quase perdi outra barca, quase tropecei e bati em tudo e todos porque resolvi andar e ler (péssima ideia Bianca, péssima ideia). Recuperei o foco! Recuperei a felicidade! E a alegria foi tão grande, mas tão grande, que no dia seguinte decidi (re) começar a escrever, como uma espécie de prêmio para mim mesma, uma recompensa.

E aqui estou eu J


Ah, ainda não terminei de ler o livro. Mas com certeza ele já entrou para a lista dos melhores que já li, só pelo simples fato que me tirar do hiato literário. 

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